O Megadeth foi o legítimo representante do thrash metal no SWU Music & Arts de 2011. Mesmo com o curto espaço de tempo disponível, o grupo norte-americano liderado por Dave Mustaine fez a festa dos fãs do estilo que estiveram em grande número para prestigiar um dos ícones do Big Four na terceira e última noite do festival, no dia 14 de novembro.

Sem dúvida, foi um dos shows mais curtos que o Megadeth fez dentre suas várias passagens pelo Brasil.

Para os fãs que haviam visto no ano passado o grupo passar pelo País para a turnê que mesclou a comemoração de aniversário de 20 anos do álbum “Rust in Peace” com a divulgação do disco “Endgame”, assistir à banda tocar apenas 11 músicas em cerca de uma hora e deixar vários clássicos de fora foi um pouco decepcionante.

O que compensou esta falta de bom senso da organização do SWU foi o grande profissionalismo dos músicos. Mustaine pode ser acusado de chato e polêmico, mas, pelo menos nas vezes que veio ao Brasil, sempre fez shows dignos com seu grupo. Não foi diferente desta vez, já que o fãs foram presenteados com uma das melhores apresentações do festival realizado em Paulínia.

Havia alguma expectativa de que a banda começasse com uma porrada sonora e provocasse a abertura imediata de imensas rodas de mosh na pista. As primeiras batidas da música “Trust”, do bom álbum “Cryptic Writings”, mostraram, entretanto, um início um pouco mais cadenciado. Nem por isso, tivemos algo menos empolgante do Megadeth, já que o público todo da pista pulou junto durante a execução deste sucesso.

Se não começaram o show com um petardo, Mustaine & Cia deixaram a porrada para a música seguinte: nada menos que a clássica “Wake Up Dead”, na qual é impossível deixar a cabeça sem movimentação, dado o riff poderoso típico do thrash metal que ela possui.

Logo de cara neste começo de show, chamava a atenção a belíssima guitarra de Mustaine, com o desenho que representava o álbum “Rust in Peace”. E foi justamente com “Hangar 18”, deste mesmo disco, que o Megadeth deu sequência à apresentação.

Interessante notar que o líder do grupo mostrou, em algumas oportunidades, uma voz um pouco detonada em relação a outros shows que fez por aqui. Em contrapartida, seu fiel escudeiro David Ellefson (baixo), o guitarrista Chris Broderick e o baterista Shawn Drover mandaram muito bem durante o show. Mustaine, por sinal, compensou qualquer tipo de problema com a voz dando mais uma aula de guitarra, como de costume…

Depois do final espetacular de “Hangar 18”, o público aproveitou para homenagear o líder da banda. “Olê, olê, olê, olê; Mustaine, Mustaine”, gritou a galera, enquanto o vocalista agradecia, fazendo gestos de que estava curtindo aquele momento. “Boa noite! É muito bom estar de volta, São Paulo”, disse ele, para delírio da plateia.

Chris Broderick iniciou os primeiros acordes de “A Tout le Monde”, do “Youthanasia”, e, para variar, o público ficou hipnotizado com a belíssima música, apesar de Mustaine mostrar clara dificuldade para alcançar o tom de voz nas notas mais difíceis. A despeito deste detalhe, a dobradinha de guitarras do final deste sucesso é algo que vale cada centavo pago para ver o show.

Na sequência, espaço para canções mais recentes da banda. “Whose Life (Is It Anyways?)”, do álbum novo “TH1RT3EN” e “Head Crusher”, do “Endgame” e “Public Enemy No. 1”, também do disco lançado no começo deste mês.

Depois, a volta para os hits, com uma dobradinha do ótimo álbum “Countdown to Extinction”. Primeiro, “Sweating Bullets”, que contou com o público cantando palavra por palavra da música. Em seguida, foi a vez do grande hit “Symphony Of Destruction”, que fez a galera pular a cada riff e, como sempre, gritar “Megadeth” a cada toque de guitarra.

O show se encaminhava para o final e foi “David Ellefson” que se encarregou de levantar a galera para executar o clássico “Peace Sells”, do álbum “Peace Sells… but Who’s Buying?”, que teve performance perfeita da banda. O público foi novamente ao delírio e, na parte final e mais rápida, várias rodinhas se abriram e, no palco, foi vista a entrada do mascote Vic Rattlehead, pela primeira vez no Brasil!

Após uma curta pausa, que contou com o público gritando o nome da banda e de seu vocalista, o Megadeth voltou para seu minúsculo bis, que só poderia vir com “Holy Wars…” Antes, porém, Mustaine brincou com o público, dizendo que o lado esquerdo, onde ficou o Roque Reverso, estava definitivamente gritando muito mais alto do que o direito.

Com o início de “Holy Wars…”, é claro que inúmeras rodas se abriram e a galera cantou a plenos pulmões este grande sucesso do Megadeth, que encerrou a apresentação. Ao final, os músicos agradeceram ao público e jogaram palhetas para as pessoas mais próximas do palco. Mustaine ainda disse que esperava ver todos novamente, o que alimenta esperanças de novo retorno da banda por aqui.

É claro que o Megadeth já fez shows melhores pelo Brasil. A própria turnê do ano passado já foi muito melhor e os shows que o grupo fez por aqui com a formação clássica (com Nick Menza e Marty Friedman)  foram inesquecíveis para quem teve o privilégio de assistir…Mas, mesmo com a apresentação curta no SWU, foi muito legal acompanhar a banda em mais uma jornada.

Para relembrar o show do Megadeth no festival, o Roque Reverso descolou alguns vídeos no YouTube. Fique com “Trust”, “Wake Up Dead”, “Peace Sells” e “Holy Wars…”. Se quiser ver o show inteiro, vá para o último vídeo.

Set list

Trust
Wake Up Dead
Hangar 18
A Tout Le Monde
Whose Life (Is It Anyways?)
Head Crusher
Public Enemy No. 1
Sweating Bullets
Symphony Of Destruction
Peace Sells
Holy Wars…The Punishment Due